28/11/2011

5 de Outubro

Se chegaste aqui imbuído no espírito republicano que o título deste escrito induziu, desengana-te.
A ser uma república é a república das bananas, ou talvez não. Sei que as bananeiras resistem a temporais bem mais fortes que alguns dos alicerces existentes na Avenida 5 de Outubro a que se dedica este escrito. Percorro esta 5 de Outubro todos os dias. Melhor, percorria.
Uma das artérias principais da cidade de Lisboa está parcialmente fechada ao trânsito dado à instabilidade de um dos seus prédios e possível ruína eminente. Assim sendo, feche-se o trânsito. E assim está a nossa cidade. Por si só, este facto revela que há um cancro que mói esta cidade, que lhe tolda o seu desenvolvimento e veste-lhe de luto. Mas o pior é que é sintomático de uma realidade que não se encontra na agenda de nenhum movimento político como bem necessitaria.
No ano passado, julgo que mais ou menos por esta altura se não me falha a memória, a mesma 5 de Outubro fechou parcialmente ao trânsito exatamente pelo mesmo motivo. Na altura era o prédio ao lado do que agora ameaça ruir que oferecia risco para a segurança pública. Acabou por ruir fruto de uma desesperada intervenção que nunca aconteceu e abriu-se, então, a via ao trânsito.
Neste momento aguardamos que o trânsito da 5 de Outubro seja normalizado. Isso e mais uma ‘notícia’ dramática acerca da queda de um prédio acompanhada da ocasional entrevista ao comandante regimento de sapadores bombeiros de lisboa e técnicos da câmara… 
Implantou-se a República, mas não se cuidou de a manter.

2 comentários:

  1. Há no entanto motivo para ter esperança na nossa república das bananas: há muitos anos o meu avô plantou uma bananeira no terreno pouco propício do Alto Lima. Ao fim de pouco tempo a bananeira já estava quase da altura de uma pessoa, mas depois de retirada a casca as bananas verdes não chegavam a ter um centímetro, pelo que o meu avô decidiu tirá-la dali. Cortou a bananeira. No ano seguinte, lá estava a bananeira. Cortou a bananeira. No ano seguinte, lá estava a bananeira. Cortou a bananeira. No ano seguinte, lá estava a bananeira. Deixou lá o raio da bananeira.

    (isto não é uma parábola, aconteceu mesmo)

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  2. :D

    então e as bananas, cresceram?

    *é a minha fruta preferida!

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