06/06/2011

é com um shot de moscatel se resolvem os problemas, sim senhor!

E assim decorreu mais um acto eleitoral repleto de conteúdos interessantes e memoráveis. Como já vem sendo habitual, todos os partidos brindaram-nos com uma imensa quantidade de informação (in)útil para o nosso sentido de voto, desde logo através de uma discussão séria e ponderada (de troca de galhardete) acerca das medidas que planeiam executar e os objectivos que assim comprometem-se a alcançar. Foi também uma campanha muito esclarecedora sobre o acordo alcançado com a Troika, onde se percebeu claramente que os que o assinaram dele não falam e os que não assinaram dele pouco sabem. O eleitor com tanta informação, ou falta dela, confundiu-se, baralhou-se e, por via das dúvidas, foi para a praia.
A comunicação social de igual forma brindou-nos com uma corrente de informação útil e de interesse do público, como de resto é seu apanágio. Ficámos, por exemplo, a saber que Passos Coelho tem 1,83 mt. e calça o 44/45 enquanto o Sócrates mede apenas 1,80 mt. e calça o 42. Para quem não compreende o resultado eleitoral de ontem, nem tão bouco os brilhantes comentários políticos feitos sobre a matéria, fica aqui a explicação: Passos é maior.
Foi também de extrema utilidade a parafernália habitual com que se apetrecharam os principais canais televisivos para a cobertura da noite eleitoral. Com tanto aparelho e brinquedo novo é caso para se perguntar: para quando noites eleitorais em 3-D? Isso sim, seria deveras importante na nossa democracia. Leva-me também a concluir que porventura os critérios editoriais estão todos entregues a pequenos Pókemons da informação (do sexo masculino, claro – gajas preocupar-se-iam com manicura e roupa massimo dutti para apresentar as notícias).
Posto isto, cumpre apenas salutar as gentes da minha junta de freguesia que fizeram com que o dia passasse de forma mais ligeira, ora através da distribuição de moscatel aos membros da mesa de voto, ora através da alegre entoação dos nossos nomes em voz alta e em jeito de canto (como se os cadernos disso dependessem)…

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