cabeças a rolar

Ouvir este governo anunciar, com algum orgulho em obra feita devo acrescentar, que irá reduzir em cerca de 30% os cargos dirigentes da administração central e extinguir cerca de 130 entidades (saldo entre nº entidades a extinguir/fundir - n.º entidades a criar) até tem a sua graça não fosse o facto de me cair em cima que nem toneladas de explosivos prontos a detonar.

A poupança estimada com essas medidas é ainda mais hilariante. Que o Victor é contabilista, já toda a gente sabe, mas não era de mau tom que assim de vez em quando, mas não muitas vezes que isto é maçador e o povão não está para isso, nos explicasse a tabuada que está por detrás daquelas contas. Calculo que o típico 3x9 em contas do contabilista fique em cerca de 52 e que arredondado a uma casa qualquer fique em 65. Isto não é exercício para ser engraçada, mas sim uma ilustração de como efectivamente se fazem contas, não me venham com merdas: been there done that.

Não entram aqui operações de subtracção – coisas como mobilidade especial, regresso ao posto de origem, indemnização, para não falar das inúmeras despesas que se vão seguir com reorganização e reestruturação dos serviços – e a legalidade das medidas também não entra na equação. Tudo para inglês ver e como já todos sabemos, inglês não sabe ler português, mas sabe ler 27% e 1700 e depois até vai para uma church no Algarve benzer-se pelo sucesso das contas portuguesas, celebrando depois com uma tacada de golfe e casal garcia.

Dito isto, o que eu queria même même era trabalhar. De preferência naquilo que gosto e que sou boa. Óderestos, deixem-me em paz.