14/07/2011

A bem dos meus pecados…

Faça-se justiça à minha fama. Nos antigamentes, mais ou menos ali na altura dos fenícios, já fazia furor na escola não por conseguir grandes notas – fui sempre e serei sempre mediana – mas por ser sempre contra a maré. Nos tempos de liceu tive uma professora que de forma muito irritada, e já sem paciência alguma, interrompeu a aula e apelidou-me de impertinente, insolente, impaciente e outros tantos in’s. ókey, ókey foi giro e daí por diante fiquei conhecida como a rapariga dos in’s.
Essas qualidades, virtudes ou defeitos, como queiram, acompanharam-me até hoje. Suspeito que morram comigo até. Nem sempre tem sido fácil ser entendida a nível profissional, uma vez que posso ser inconveniente, politicamente incorrecta e, pior que tudo isso, adoro essa minha capacidade ou ingenuidade suicida. Às vezes arrependo-me, isto de sermos independentes financeiramente torna-nos dependentes de um certo grau de aceitação profissional o qual nem sempre se coaduna com impertinentes e insolentes intelectualidades. E às vezes, muito só às vezes, sou chata, foda-se se sou chata! Adiante.
O que é certo é que esta minha agressividade (ontem atreveram-se a qualificar-me assim, upa upa, quase caí da cadeira e quase mordi ombreiras da porta) tem dado muito jeito a muito boa gente. Os amiguinhos e familiares acusam-me de ser muito refilona, mas é precisamente essa qualidade que os faz procurarem-me quando pretendem reclamar de alguma coisa o que inclui desde contra-ordenações a reclamações e tantas outras merdas que nem ma lembra. A nível profissional também já me atiraram aos cães, pois sabem que sou gata: pequena, ar frágil e sensível, mas atiro-me às fuças do cão e só largo depois de fazer ferida. E hoje sinto-me usada. Usada quando dá jeito, culpada quando não dá.

Pois, dá jeito não é?

2 comentários:

  1. De uma sem papas na língua para outra: com o tempo um gajo começa a refrear a vontade de armar barulho sempre que achamos que sim senhor, está mal, e deixamos de carregar as bandeiras dos outros (e acabarmos sozinhos na praça, em frente a uma coluna militar fortemente armada).
    A sério. Take it easy, não te lixes, que os outros também não se lixam por nós. Beijoca.

    ResponderEliminar
  2. soldados bravos, somos!


    pô amansaste-me melhere, isso não se faz ;-)

    ResponderEliminar